“Só falta o PT se decidir”. É o que diz o ex-prefeito de Apodi, Flaviano Monteiro (PCdoB), sobre a definição de apoio do PCdoB ao pré-candidato a prefeito Gyliard Oliveira (PSD)
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| Defesa do PCdoB por Gylliard tem sido amplamente divulgada nas redes (Foto: redes sociais) |
Em conversa com o Blog Carol Ribeiro, o presidente do PCdoB de Apodi, William José, diz que o partido decidiu não repetir o que aconteceu em 2020, quando os vermelhos terminaram com a derrota de 59,81% (13.731 votos) a 39,27% (9.015 votos) para o prefeito Alan Silveira (MDB).
Acontece que o PCdoB compõe a Federação Brasil da Esperança, junto com o PT e o PV.
Para definições eleitorais, a federação funciona como um único partido, e a deliberação do Partido Comunista representa um racha dentro da federação, já que o PT lançou, em setembro do ano passado, a pré-candidatura de Agnaldo Fernandes à disputa eleitoral em Apodi.
Mas a decisão que o PCdoB defende é a retirada da candidatura de Agnaldo pelo PT e o apoio a Gylliard. A justificativa são os números das últimas pesquisas divulgadas, que colocam o nome do PSD em melhor posição que o do PT (veja aqui e aqui).
No final de semana passado, o PCdoB ignorou a federação e esteve presente no lançamento da pré-candidatura do partido de Zenaide Maia, se reunindo também com o União Brasil, PSB e lideranças do PSDB, presentes no palanque com Gylliard.
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Ainda assim, William José esclarece: “Nosso adversario é o MDB, não é o PT, mas Gyliard reúne as melhorses condições para enfrentar os bacuraus. Os principais nomes da oposição estão com ele, muitos militantes do PT estão aqui. Outros estão esperando que o PT retire a candidatura e venha para cá. A resistência ao nome de Gylliard pode levar o PT a uma votação pequena; é ruim para o nosso campo de luta, para a governadora Fátima, para o presidente Lula”.
“Não vamos esperar. Não vamos fazer como 2020. Gylliard ja aglutinou vereadores de mandato, Carlinhos de Dandão, Junior Carlos, Alexandre Bevenuto, Paulo de Telécio, Fernando do Paredão e quatro ou cinco candidatas mulheres dentro do partido dele. Estamos em março 2024 melhor que em março de 2020. Estamos polarizando, vai ser bom para o processo”, complementa Flaviano Monteiro.
“O outro lado”
Agnaldo Fernandes, pré-candidato a prefeito pela Federação, responde à decisão e afirma que a retirada da candidatura “é uma decisão partidária, não é decisão do PCdoB ou pressão do PCdoB”.
Agnaldo diz esperar que ocorra “maturidade entre os dois grupos” e que se chegue a uma unidade, garantindo que não vai haver imposição.
O presidente da sigla explica que tem tido relação de respeito com os partidos e estará onde for estabelecido respeito e confiança, “e que caiba o PT”. O diálogo, segundo ele, precisa incluir os projetos e pautas sociais para o apodiense.
“Estamos dialogando, com a certeza que a unidade coloca a oposição com possibilidade de disputar melhor. O ideal é que os dois partidos estejam no mesmo palanque. Vai se criar uma situação muito complicada os candidatos a vereador do PCdoB estarem em palanque que nao é da Federação. Temos que estudar dentro da legislação eleitoral se isso é permitido. A liberdade existe tbm diante da legalidade da situação”, conclui.
Legalidade
De acordo com a legislação, como a federação partidária funciona como um único partido, o PCdoB não pode formar coligação com outras siglas em separado. Se ocorrer, o apoio será informal.
Qualquer decisão que desviar das definições da federação só pode acontecer em caráter nacional e pode sofrer sanções, como a proibição de recebimento de recursos.
Caso o PCdoB siga em posição divergente do restante da federação, o PT poderá optar por acionar a federação nacionalmente para obrigar o PCdoB a cumprir o que foi estabelecido no momento de criação da federação.
Fonte: Blog Carol Ribeiro
